Notícias e Negócios

Petrobrás terá de elevar investimentos em produção após exigências da ANP

Plano apresentado pela estatal para o campo de Roncador foi aprovado com ressalvas e exigência de investimentos de mais de R$ 1 bilhão.

A revisão que a Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) começou a divulgar nesta semana sobre os planos de desenvolvimento dos maiores campos de petróleo da Petrobrás deve forçar a companhia a elevar a suas metas de produção. Segundo duas fontes ligadas à agência, é possível que a empresa tenha de elevar as projeções já em seu próximo plano de negócios, em meados do ano.

A ANP aprovou, com ressalvas, o plano de desenvolvimento apresentado pela Petrobrás para o campo de Roncador, o primeiro de 11 megacampos que estão tendo as atividades revistas pelo regulador. As 11 concessões são as que mais pagam participação especial no País, responsáveis por 4/5 da produção nacional.

A agência exigiu, por exemplo, que a Petrobrás invista em mais poços e plataformas, a custos de mais de R$ 1 bilhão, numa previsão conservadora. O resultado de Roncador foi publicado em ata de reunião de 7 de janeiro, mas a Petrobrás informou que ainda não recebeu comunicação oficial. Nos próximos meses, a ANP divulgará a revisão dos outros dez campos e, segundo as fontes, deve manter o rigor nas avaliações, levando a Petrobrás a aumentar investimento, maquinário, eficiência e produção nos campos mais antigos.

O objetivo da ANP é reverter o declínio, que chegou a 40% em campos antigos entre 2011 e 2012, enquanto a Petrobrás direcionou os olhos para o pré-sal.

O pedido para que a Petrobrás revisse os planos de desenvolvimento foi feito pela ANP no ano passado. A Petrobrás apresentou projetos para recuperar os campos, mas o resultado da avaliação de Roncador divulgado nesta semana mostra que a ANP considera os esforços insuficientes e exigirá mais da companhia.

Se não cumprir as determinações da agência, algumas imediatas, a Petrobrás será autuada. Ao cumprir, precisará aumentar suas metas de produção. Nesse caso, poderia ter de elevar a curva já na próxima revisão do plano de negócios, em meados deste ano. “A ANP defende os interesses da nação. A Petrobrás está produzindo aquém do que poderia. A agência quer garantir que estão sendo aplicadas as melhores práticas da indústria”, disse a fonte ligada à agência.

No caso de Marlim, a produção encolheu a menos de um terço: passou de 600 mil barris por dia, em 2002, para 192 mil barris por dia, em agosto passado. A Petrobrás só está conseguindo manter estável a produção pois a queda de campos antigos é compensada pela elevação de produção em novos campos do pré-sal.

Parte dos equipamentos que a ANP está exigindo pode vir de áreas cujo período de exploração está chegando ao fim. No entanto, segundo uma fonte, o número de sondas liberadas não passaria de cinco e será insuficiente. Nesse caso, a se manter o mesmo rigor da ANP nos próximos campos, a Petrobrás terá de realocar ou contratar novas sondas e equipamentos.

Entre as possibilidades da companhia está a realocação de unidades previstas para o pré-sal. No limite, a Petrobrás pode estudar a redução de participações em alguns campos, para viabilizar os investimentos.

A ANP vai rever em dezembro se a Petrobrás cumpriu as exigências quanto a Roncador. Se não tiver justificativas para possíveis descumprimentos (por exemplo, não conseguir licença ambiental para perfuração), a empresa pode ser multada, explica a fonte ligada à agência.

Sabrina Valle, de O Estado de S. Paulo

Fonte: Estado de São Paulo

Contatos

Brasil

Escritório: 

(21) 3393-6412

Comercial: 

(22) 2760-9882

Estados Unidos

IPB Americas
Houston, TX

+1 (713) 377 2887